domingo, 13 de novembro de 2011

Concursos e Pólo Aquático

Marcio Porto- Técnico de Polo Aquático- Professor de Vencedores
Afinal quem são esses concurseiros? É uma tarde ensolarada de domingo e a Universidade está repleta deles! Roupas confortáveis, garrafinhas de água mineral e chokito, que, pelo visto, deve conter em sua fórmula alguma substância ativadora de memória,já que (sem muita concorrência) era a guloseima mais vendida na frente dos portões de entrada. Os vendedores de caneta bic preta o tempo todo berrando que "quem tem um, não tem nenhum",como se não estivéssemos exaustos de tanto testar e confIrmar esse bendito ditado!
É difícil prever quem dentre aqueles milhares está realmente preparado para vencer o desafio. A gente logo aprende que, em matérias de concursos, muita gente inteligente fica para trás, enquanto pessoas com a maior cara de idiota de raciocínio lento têm um êxito surpreendente. 
Que roupas usam aqueles que vão passar? Eles comem mais ou menos antes e durante a prova? 
No meio de toda aquela multidão, 10 candidatos ou menos ocuparão as vagas, mas, daqui a 15 dias ou 1 mês você encontra essa patota toda de novo, pronta para outra batalha!
De onde vem a determinação dessas pessoas? Elas não tem orgulho ferido quando conferem o gabarito e percebem que erraram muito mais do que deveriam? Não resolvem passar um mês cuidando da própria vida, depois de ter passado quase 6 meses se preparando para uma prova? Como é que chega força para levantar e estudar na segunda-feira posterior à prova, sem ao menos conferir o gabarito e a pelo menos 3 meses do resultado final?
Como uma pessoa mergulha num projeto que pode demorar anos para se concretizar? Olhando aqui do lado de fora, parece algo que exige uma perseverança heroica, quase santificada.
Quando era adolescente, ficava fascinada assistindo os jogos de pólo aquático no Batistão. 
Um dia, conversando com o treinador, comentei: -Como esses caras conseguem nadar por horas de uma lado para outro, sem tocar os pés no chão e sem demonstrar cansaço?
O técnico me disse que isso se conseguia com condicionamento físico. Os atletas se submetiam diariamente a treinos muito mais exaustivos que os próprios jogos, então, na hora do "valendo", eles tiravam de letra!
Menos de um ano depois esse mesmo técnico me convidou para formar o primeiro time de Pólo Aquático Feminino de Sergipe. Nem imaginava o que implicaria o sim que dei toda cheia de orgulho!
Eram mesmo treinos diários, cujo esforço físico jamais imaginei suportar. Aliás, todo dia eu duvidava que iria suportar (nos dias mais difíceis cheguei a nadar com lágrimas nos olhos), mas o meu querido e tirano técnico jamais me deu a opção de desistir. 
Um belo dia estava eu jogando, nadando de um lado para o outro da piscina, suavemente, como se estivesse passeando num parque. E dali em diante os treinos foram se tornando cada dia mais difíceis e as vitórias mais fáceis.
Os concurseiros entregam seus corpos e suas mentes para os dias de jogo, dedicando-se a eles em todos os outros dias. Quanto mais se dedicam nos treinos, melhor se saem nas partidas. A vontade de treinar mais vem justamente da quase vitória.
Marcio Porto, seus ensinamentos estão aqui dentro de mim, queria sua voz berrando para não me deixar parar de treinar nunca! Mas ela também está nos meus pensamentos, basta querer ouvi-la! 
Parabéns a todos os atletas dos livros! A gente se encontra no próximo campeonato!

3 comentários:

  1. Andréa...ano que vem estarei nessa batalha na luta de uma vaga. Sei que tenho que estudar, mas o duro é encontrar pessoas que nos faz sempre em andar pra traz dizendo que é impossível...mas afinal eu só quero uma vaga para mim!!!Rs.

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  2. É Déa, o difícil é perseverar.... mas quem disse que a gte gosta do que é fácil?!?rsrs... Vms em frente, com lágrimas nos olhos, mas com mta esperança no coração!

    Amei o texto!

    Beijos

    Luzi.

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  3. Ah! E quem não lembra da musa do Polo Aquático?

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