sábado, 9 de junho de 2012

A Musa da Borracharia

Um lugar inusitado, feio, mas absolutamente charmoso e cheio de personalidade. Nada de glamour ou drinks à base de absolut ou champagne. No máximo uma cerveja e uma caipirinha ou, para os menos guerreiros, como eu, coca-cola e água mineral. Acostumada com a noite aracajuana, onde mulheres se estapeiam por algum barrigudo careca, estava cercada por beldades dos mais diferentes estilos: Do “rasta” de olhos verdes ao playboy com narizinho arrebitado, moldando um rosto perfeito, surpreendentemente charmoso e gentil. Uma passarela incomum, onde, num universo de dez, seis eram lindos, dois normais, que facilmente se passariam por lindos na minha terra, e dois eram feios de verdade, ainda que cheios de boas intenções e de alegria de viver. Lá estava a heroína de todos vocês, elegantemente vestida para ser vista e maquiada para brilhar... Nos pés um salto alto, mas aparentemente não tão cheia de desejo assim... Paquerar? Como assim? A última vez que nossa protagonista foi numa balada com esse real interesse fora há mais ou menos 13, 14 anos, na época que o Red Hot Chilli Pepers e O Rappa estouravam seus hoje clássicos sucessos. Duas noites seguidas nesse ambiente incrível... A primeira, mostrando bem o amadorismo da criatura, terminou numa gigante crise de enxaqueca, daquelas que fazem a gente não conseguir falar, ver luz ou ficar de pé... Agora a segunda noite... Aí sim a revanche estava pronta! Como estar num lugar tão diferente e não aproveitar por causa de uma meleca de uma dor de cabeça acompanhada por ânsias de vômito? Nada como um dia após o outro! A noite de sábado seria PERFEITA! E lá estava aquela musa loira, alta, gata, super gata e magistralmente promovida a “Rainha de Todos os Ogros da Balada”. Lógico que no dia que ela estava sem se agüentar sobre as pernas chegaram pretendentes de todos os tipos, dos mais gatos aos mais sem noção, mas no dia da revanche, graças à maldita Lei de Murphy, iniciou-se um ritual de galanteios digno de “A Volta dos Mortos Vivos”, com a pequena adaptação de que era a linda loirinha que queria arrancar o cérebro daquele bando de zumbis. Se vocês pararem para pensar, ela estava numa baita vantagem, pois conseguiu ser unanimidade entre os 20% quase desdentados da boate, quando os 80% de atraentes tinham que disputar por uma centena de mulheres, indecisos e sofridos. Os monstros iam se multiplicando e fazendo fila para cortejá-la. Tinha o Compadre Washington, o Cônsul Africano, o Cowboy do Toy Story e até o mutante Homem Mosca... Eram tantos personagens que seria impossível descrever cada um. Desesperada com o que já tinha se transformado em outro filme, “A Hora do Pesadelo”, pediu alforria e correu para a porta, desesperada por um taxi voador, que a tele transportasse em meio segundo para seu silencioso quarto e, ainda na porta, recebeu seu tiro de misericórdia, com a singela abordagem de ninguém menos que o porteiro: “Já vai princesa? Não vá não! Vai me deixar aqui sozinho?” Conselho para minhas amigas leitoras: Cuidado com o que vocês desejam e sejam bastante específicas. Não basta querer arrasar na noite. Fica a dica!!!

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