quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Manual de Instruções para Relações Afetivas Modelo 2013/2014


É disso que estou precisando: Manual de instruções para relações afetivas modelo 2013/2014.
Será no formato perguntas mais frequentes e respostas didáticas com desenhos ilustrativos.
Não dá para colocar os pés para fora de casa sem ele! Tem que vir numa diagramação "pocket book", que caiba em qualquer tamanho de bolsa que estejamos usando.
Das duas uma: ou as pessoas perderam a coerência entre o que elas desejam e como elas agem ou, o que é muito pior, foram decididamente devoradas pelo consumismo e desejam tudo ao mesmo tempo, num leque infinito de possibilidades, sem qualquer foco e, consequentemente, sem qualquer chance de estabelecer conexões reais.
A oferta é tão grande que as pessoas simplesmente não sabem o que desejar. São crianças numa loja de brinquedos. São eu na loja da fábrica da Arezzo em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul ou na Livraria Cultura do Conjunto Nacional em São Paulo.
Mas, excetuando as situações acima descritas, tenho o que, nos dias de hoje, vejo ser quase um defeito: Essa coisa irritante de sempre saber exatamente o que quero e como quero.
E mais. Tenho toda paciência do mundo para que tudo se ajuste, a seu tempo, até ficar do meu jeito. Se puder ajudar, ajudo, se não puder, rezo, mentalizo, energizo, apelo para o cosmos, meus queridos, num exercício mental incessante de "querer é poder e conseguir".
O Manual terá que me ensinar a me fazer um pouco mais de boba, de lerda, de desalentada.
Ser muito decidida é como ser um zumbi diante do cérebro daqueles que atormentam suas vidas com inacabáveis dúvidas.
Os desenhos ilustrativos devem demonstrar com riqueza de detalhes as expressões de um olhar blasé diante de situações comoventes. Tenho praticado essa porcaria, mas confesso que acabo escorregando e cometendo algum excesso de autenticidade. (Dei uma escorregadela dessas hoje mesmo! Salve-se quem puder!)
Minha intensidade extrapola olhar, movimentos, sorrisos, palavras. Quieta, moça! A moda agora é fingir não querer nada, não ter tesão por nada, não desejar o que de fato se deseja.
Já ouvi cada absurdo! As que me chamaram atenção recentemente foram: "Fiquei com fulana, mas o que queria mesmo era ter ficado com sicrana."; "Não gostei daquela pessoa porque ela demonstrava estar interessada demais em mim" e uma das melhores: "Por que ele (o amante) não luta por mim e me livra de um casamento insuportável?".
Não posso comentar cada uma, por zelo redacional, sob pena de construir um texto infinito, mas, com todo respeito aos ateus: PELO AMOR DE DEUS/JAH/ALÁ! Estamos na geração "mamãe,quero ser masoquista"?
Gente, será que sou a última pessoa do universo que gosta de ser olhada dentro dos olhos? A única que prefere um largo sorriso à indiferença? A única que gosta de receber atenção das pessoas por quem se interessa?
E tudo que escrevi já é exercício proposto pelo manual, pois minha vontade era escrever objetivamente:
Olha, eu quero. Quero muito. Sabemos que não será perfeito. Sabemos que quanto mais velhos, mais marcas do passado carregamos. Sabemos que tudo isso é assustador por mil e um motivos, especialmente por nossa arrogância em querer ter sempre o controle da situação e sabermos que não temos, mas assumo o risco.
Mas não disse e não vou dizer nada. Vamos brincar o jogo do contrário. Ninguém aqui quer mais nada! Melhor mesmo nem chegar perto, nem falar. Vai que esquecemos as regras do jogo e resolvemos viver?




sexta-feira, 26 de julho de 2013

O gay ao seu lado

Atenção senhoras e senhores, está no ar a nova temporada da série João que amava Teresa, que amava Marco, que amava Lúcia, que amava Pedro, que amava...João.
Você, mulher, já deve ter se visto numa daquelas enquetes: "Você preferia que seu namorado lhe traísse com outra mulher ou com um homem?" A vida inteira respondi a segunda opção sem pestanejar! E argumentava: Ora, se o cara tem outros interesses que eu não posso satisfazer, o problema não está comigo. Traição com uma mulher me faria me sentir muito pior. Porque dá para estabelecer uma comparação, enquanto que com um homem...
E segui firme acreditando nessa minha balela quase uma vida inteira. Coisa de quem nunca foi de sentimentos muito intensos, apesar de enganar muito bem, obrigada. (Ossos do ofício)
Um belo dia, num reino não tão distante, lá estava eu admirada com o objeto dos meus mais românticos sonhos cor de rosa, tentando afinar um diálogo que já fluiu muito fácil, mas hoje está mais para duelo, tantas as farpas trocadas por todos os dias vividos e, principalmente, pelas noites não vividas. Espetadinha para um lado, indireta para o outro, avisto um amiguinho do meu príncipe desencantado acenando de longe, quase infartando por todo o tempo que estava sendo desperdiçado numa conversa inútil entre esta loirinha e o que agora sei ser um "bofe escândalo magia".
Como descrever o sentimento? Suspirei forte e controlada, como sempre procuro ser e dei a dica: "Seu amigo está lhe chamando." Desapareci, derretendo no chão, como os bailarinos da Madonna na turnê Hard Candy. Pra que raios mulher precisa ter um instinto tão apurado? Saquei na hora que aquele aceno nervoso não era de companheiros de balada e pela primeira vez me vi na ridícula situação de estar "disputando" um homem com outro. Claro que não sou dada a essas competições. Aliás, sou vaidosa demais para disputar por alguém. Quem quiser que chegue a mim! Mas tinha que mexer com meu brinquedo preferido? Eu daria uma penca de homens mais bonitos, interessantes, sociáveis e bem resolvidos para aquela bichinha ciumenta dos infernos! Vá com todos eles e deixe esse defeituoso aqui pra mim!
Mas e se o defeituoso na verdade gostar mais de meninos do que de meninas?
Então aí veio a luz! Não! Eu não preferia ser trocada por outro homem!
Eu preferia que ele passasse por 3 casamentos, com três esposas diferentes, cada um durando mais ou menos 10 anos, sabendo que ao fim de 30 anos a gente poderia se reencontrar e se entender.
Eu não gosto da ideia de pensar que nunca vou ser homem, pois quem me conhece sabe que estou loooonge de qualquer padrão masculinizado. E não sendo homem, bom, não sendo homem nunca vou me encaixar no ideal de relacionamento do cara.
Mas tudo isso é obra da minha imaginação, baseada em desencontros reais. Só para dizer que quando te perguntarem,sempre responda: "Se eu gostar de verdade de alguém, prefiro não ser trocada. E ponto."

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Nunca Fomos Amigos



Não. Nós não somos amigos. Quando diziam que sua "amizade" era movida por interesse, achava aquilo tão óbvio! Toda amizade é movida por interesse. Eu adorava sua companhia e supunha que você também adorava a minha. Interesses satisfeitos. Interesses do bem. Foram anos e anos escolhendo as palavras para dizer apenas aquilo que você suportasse ouvir. Muitas vezes sufocando minhas decepções e mágoas. Engolindo sapos e tentando relevar, num voto de confiança ao que acreditava ser uma falta de noção, sem maldade.
Às vezes passamos tempo demais ao lado de alguém. Às vezes esse alguém nos vê como lembrança de um passado que deveria ser superado.
Vejo as pessoas que me acompanharam nos meus momentos de difuldade com gratidão e carinho, mas hoje entendo que nem todos pensam e sentem como eu. Você queria exorcizar seu passado inglório e, numa relação de amor e ódio, virei o vudu espetado que personificava suas piores lembranças.
Foram anos e anos tomando agulhadas, com anestesias de sorrisos e carinhos.
Tem coisas que não têm remendo. A realidade sobrepõe conversas, discussões e especialmente falsas conciliações. Valores antagônicos. Escalas de prioridades inversamente proporcionais.
Sou feita de emoções. Sentimentos de traição, abandono, descarte sem qualquer explicação. Mas hoje ficou o óbvio: Não somos. Não seremos. Nunca fomos amigos.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Fantástico Mundo dos Divorciados

A vida secreta dos que não são nem casados, nem solteiros.





Andréa Góes, brasileira, escritora, advogada, bailarina , estado civil: Divorciada.

Escrevo em nome de uma classe meio anônima, circulando desengonçada entre casados e solteiros. Uma classe silenciosa, que vira e mexe tenta se disfarçar de muito disponível, mas, convenhamos, não conseguem enganar ninguém!

Sou uma mulher romântica. Até demais, diriam os mais próximos, então se puder escolher entre estar livre, leve e solta ou amarrada a um príncipe encantado, não penso duas vezes! Tem coisa melhor do que amar e ser amada?

Agora vamos deixar claro uma coisa: Amarrada a um Príncipe Encantado, não a um sapo arrotando grosserias, um galinha de marca maior, um porco, um cavalo ou qualquer troglodita de zoológico.

Ex-maridos, não se desesperem! Não é de vocês que estou falando! Estou falando genericamente em ter uma relação predominantemente boa ou predominante ruim.

Meus dois casamentos tiveram momentos muito, muito bons (ambos abastecidos com um imenso amor), tanto que duraram muitos anos.

Mas chegou um momento que a roda da fortuna girou e lá se foram os encantos capazes de manter unidos dois seres de formação, educação e cultura tão diferentes.

Conviver é sempre difícil e quando o casal começa a acreditar que está tudo muito chato e complicado, aí o caldo entorna mesmo!

Assim nascem os conhecidos, mas pouco aberto publicamente, divórcios.

Somos seres meio perdidos, numa sociedade que sempre busca rótulos. Somos ex-maridos e ex-mulheres. Fazíamos parte de uma turma de amigos que não sabe como administrar entre estar com uma ou com a outra parte da separação, Aos poucos vamos nos “desenturmando”, pois somos vistos como influência negativa à sacrossanta instituição familiar.

E querem saber de uma coisa? Quando isso acontece, temos dois caminhos: Um é nos vitimizarmos, lamentando pelas inevitáveis mudanças provocadas, já que o mundo muda quando nos transformamos. O outro é ver isso como uma oportunidade de criar um jeito novo e ainda melhor de viver.

Tudo bem que tem divorciado(a) que exagera e tira de garotinho(a), desde a adoção de um guarda-roupas excessivamente jovial, à inclusão forçada na turma dos recém-saídos da adolescência. O pior é que eles ainda querem sair paquerando nessa turma, sem ter a menor noção do ridículo. Aí aprendem lá na frente, quando os “jovens” não tem paciência com as questões do mundo adulto, como despesas extraordinárias que impedem de passarmos o carnaval em Salvador, febre alta dos filhos que nos exclui imediatamente da balada mais comentada do momento ou simplesmente o fato de termos que dormir 8 horas por dia para produzir decentemente no trabalho que, afinal, é nosso sustento.

A essa altura vocês devem estar pensando em se manter solteiros ou então agarrados a um matrimônio a qualquer preço, mesmo que estejam vivendo um inferno em casa, então fica o registro do que tem de melhor e de pior:

Por mais que você estivesse em conflito com o seu par, você vai passar ainda algum tempo estranhando a ausência física.

Vai deitar na sua cama e desejar que aquela pessoa esteja ali com você.

Só que você vai se libertar daquela guerra diária e isso já é um alívio sem precedentes... Eu, por exemplo, passei meses dormindo desesperadamente depois do divórcio. Meu corpo pedia e enfim encontrava um pouco de paz!

Com o tempo você vai aprendendo que não é aquela pessoa que você quer na sua cama, mas a lembrança que você tem de quando vocês viviam bem. À medida que vai tomando consciência de que o passado não volta, vai se espalhando cada vez mais pelo colchão, até chegar ao ponto de questionar se um dia conseguirá novamente dividir esse espaço com outra pessoa!

Lembra das brigas terríveis porque você quer sair e ele não quer? Ou porque você quer passar o dia dormindo e ela quer almoçar com a mãe? Ou porque você quer sushi e ele pizza?

Agora sua agenda é só sua! Não tem mais programa de índio! Não tem mais ficar em casa forçada, quando tudo que você queria era passar o dia surfando!

No meu primeiro casamento eu queria acordar tarde nos finais-de-semana e meu ex-marido passava a manhã com as crianças visitando as avós. Que coração de ouro daquele homem! Mas imaginem a raiva que o pobre devia sentir de mim na época? Era minha realidade: Crianças pequenas, estágio, faculdade...Qualquer tempo livre eu só pensava em descansar!!

Já no segundo casamento era eu que acordava cheia de energia, forçada a esperar pelo dorminhoco do meu lado, que se pudesse só levantada 3 da tarde. Rotina puxada durante a semana também! Escrevendo assim até parece que compreendo, mas no dia à dia achava um saco!

De repente percebi o sabor de não ter que esperar por ninguém: É bom! É bom demais!

Sair de casa é sempre uma aventura! É rir de mim mesma quando me meto numa roubada! É curtir o momento sem medo de estar desagradando ou de estar “desconquistando” meu acompanhante. Não ter medo de ser ridícula, por absoluta falta de testemunha aos possíveis "king kongs".

É ficar num lugar até a hora que quiser, sem ficar com raiva porque cortaram meu barato no melhor da festa, ou “p” da vida porque tenho que adiar meu sono indefinidamente...

É ser apresentada toda hora a pessoas que “têm tudo a ver com você” ( só que não) porque seus amigos acreditam que você precisa amar de novo urgentemente, mas com isso ampliar seu leque de amizades.

Ser divorciado é dar a tranquilidade para seus filhos de um lar sem conflitos. Mais do que isso: É ensina-los que nada é para sempre, a não ser nosso desejo de ser feliz.

É assistir o que quiser na televisão ou desligá-la em pleno noticiário para ouvir música bem alto. É às vezes nossa primeira oportunidade de nos conhecermos de verdade.

Cinderela do jeito que sempre fui, não demora para ter rodízio de príncipes fazendo serenata sob minha torre, mas vou contar um segredo pra vocês: Para conquistar um espaço nessa nova vida tem que me fazer mais feliz do que estou aprendendo a ser. Garanto que não vai ser fácil, pois o melhor de ser divorciado é descobrir que a gente se basta pra caramba!

Read more: http://www.universaldigest.com/article/lng/14/sn/por/user/andreakarine/a/485/mc/16/sc/40/date/2012-02-01/category/estilodevida/sub/relacionamento/headline/o_fantastico_mundo_dos_divorciados/#ixzz2TNDBdJiV

terça-feira, 7 de maio de 2013

Somos Tão Jovens, o filme que poderia ter sido.




Missão ingrata assistir um filme sobre Rentato Russo após ter assistido a montagem teatral com o ator Bruce Gomlevsky. Fui de coração aberto e até feliz porque reviver essa história é sempre algo emocionante. O problema é comparar.
Porque no quesito emoção, meu Deus! Aquele Bruno só podia receber o espírito do Renato quando as cortinas se abriam. A plateia não lacrimeja os olhos de emoção. A plateia inteira chorava em transe, compulsivamente, chorava de soluçar. Não só você e eu que somos pessoas extremamente sensíveis. Desafio alguém que tenha ido ao teatro vê-lo e não tenha chorando mais que bebê faminto.
O filme tem uma magia que o teatro não comporta, por questões óbvias. As locações nas quadras de Brasília. Adoro ver aqueles prédios que a gente só encontra alí. Tem a Aninha, que é a coisa mais fofa do mundo. E como já fui Aninha nessa vida! Tem Taguatinga com um glamour fora da realidade, mas Faroeste Caboclo merecia esse tom especial!
O irmão do Zezé de Camarco se esforça na atuação, mas não chega à entrega sobrehumana do Daniel de Oliveira em Cazuza,o tempo não para, por exemplo.
Não quero ser injusta! O filme tem muita coisa bacana, como a voz divertidíssima de um Herbert Viana garotão, mas...
Bem, vale à pena matar as saudedes do que passamos e de tudo que ainda não vimos. No mais, o filme seria ótimo, se não tivesse existido A PEÇA.



(Bruce Gomlevsky )

domingo, 5 de maio de 2013

Amores e Frases Feitas

Há basicamente três tipos de mulher que conheço bem: As com pós doutorado em contos de fadas (categoria onde humildemente me encaixo), as que desenvolvem uma vida independente, abstraindo/sublimando a energia sexual das suas vidas e aquelas que têm um forte discurso sobre o quanto a mulher pode se bastar, o quanto é ótimo ser solteira, o quanto homens (desculpem, amigas lésbicas, estou partindo das minhas referências) não fazem a menor falta em suas vidas, etc, etc. Nos três perfis existem várias gradações: Mais uma vez vou me usar como exemplo (muito mais para não expor terceiros do que por egocentrismo): Acredito no amor entre homem e mulher. Acredito mesmo. Putz! Eu sei que a maioria dos casamentos é muito ruim. Acompanhei dois bem de perto e pedi pra sair da brincadeira. Então não sou aquela Cinderela desesperada pelo primeiro príncipe que, ao invés de comprar um presente lindo, cumpre seu dever cívico de devolver o sapato à verdadeira dona. Também não me encanto com cantadas estilo "Dia Branco" do Geraldo Azevedo, quando o cara promete tudo, desde que tudo caia de bandeja no colo dele: O sol, se o sol sair, a chuva, se chuva cair... Acho que um pouco de esforço e iniciativa fazem a gente se sentir mais prestigiada e passa a impressão de que estamos numa relação importante de fato. Gosto de relevância, de protagonismo, de pequenos grandes gestos. E sempre, sempre, sempre, acontença o que acontecer, acredito que um dia viverei meu amor tranquilo, com sabor de fruta mordida. Cazuza enfiou isso na minha cabeça e virou ideia fixa mesmo! Só que me dei conta de uma coisa: Há muita contradiçlão nesses papéis. No fim das contas eu saio para me divertir com meus amigos e não olho para o lado. Curto o momento e a companhia de cada um deles. Sempre preocupada em trocar ideias, em conhecer pessoas e saber o que elas pensam e como sentem o mundo. Busco conexões, afinidades ou mesmo opostos, por pura diversão. Não ando com uma rede de pesca nas mãos. Na verdade não ando nem com lentes de contato ou óculos para facilitar minha vida de míope, que dirá procurando par perfeito em minhas andanças. Os amores da minha vida surgiram quase que do nada. E tudo aconteceu muito naturalmente. E ainda acredito na lei do menor esforço nas questões afetivas. Aproximações devem acontecer espontânea e livremente. Mas observo as feministas de carteirinha. Aquelas que não precisam de homem para nada e, pasmem: São as maiores pegadoras. Sempre de antenas ligadas no movimento dos "gatinhos". Colecionando aventuras supostamente não românticas, mas que na verdade parecem camurflar uma necessidade humana de amar e ser amado. Posso estar muito enganada, mas às vezes acho que elas estão muito mais "à procura" do que minhas colegas de sapato de cristal. A turma que sublima? Essas estão temporariamente fora da área de cobertura, mas, no fundo, no fundo, torcendo para chegar alguém arrebatando seus corações e provando que elas estavam muito erradas em desacreditar no amor. Pronto. Falei!

sábado, 27 de abril de 2013

Confortada no Colo das Artes

Cada pessoa descobre seus artifícios para lidar com a dor. As artes são meus analgésicos mais recorrentes. Nem sei descrever o turbilhão de provações da última semana. Crescer dói, escolher dói, mudar dói. Como disse a um amigo esses dias: Só eu sei o preço caríssimo que tenho pago por minha liberdade! Claro que meus instintos de sobrevivência e de boa existência sempre falam mais alto! Claro que não importa se vi o dia amanhecer. Minhas obrigações me esperam de braços abertos a partir das sete da manhã. E aí acontece uma reunião com boa música e violão na casa de uma amiga querida numa noite e os Encantos da Dança no Talibah Centro de Dança na noite seguinte. Não há nada como desaparecer na imensidão da poesia, das notas musicais, dos passos dos bailarinos. Não importa se estou ouvindo o violão do grande Mosquito ou apenas um amigo que adora fazer um som! Não importa se é a Deusa Catarina Hora em mais uma apresentação de tirar o fôlego (a de hoje foi especialmente inspirada e empolgante) ou se é uma nova aluna que desabrocha, como a fofíssima Stefane. Aliás, nada mais emocionante do que sentir minhas lágrimas de emoção porque Janaína existe e dança ballet com os olhos, com o sorriso e depois com o restante do corpo. Porque Liana se supera a cada apresentação e me inspira a querer estudar sempre mais! Porque Lu Góes é a mais linda, das mais lindas, das mais lindas! Bom mesmo é poder esquecer tudo de ruim e sorrir de prazer com a dança burlesca da gostosona da Haiffa e ficar de queixo caído com a revelação da noite, minha amiga e colega de uma vida na dança do ventre, Auta Virgínia, que nasceu para espartilhos, meias arrastão e o nostalgic chic cabaret. Simplesmente de aplaudir de pé! Muito bom se sentir pequenininha diante de estrelas tão brilhantes. Muito bom ser confortada no colo das artes. Obrigada a todos os artistas que fazem o meu mundo! Muito bom desaparecer em vocês! (Hayffa) (Catarina Hora)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Minha história com São Jorge

Todo brasileiro tem certa intimidade com a imagem de São Jorge. Os cariocas em especial. Eu tenho um amigo muito próximo,carioquérrimo, Marcelo Rangel, que desperteou meu interesse pelo santo, ainda na minha doce adolescência. Anos mais tarde, em apuros, prestei atenção em sua oração mais famosa, palavra por palavra: Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. São Jorge Rogai por Nós. Precisava tanto, mas tanto acreditar nisso, que fui Davi vencendo Golias numa batalha e sim, passei a confiar que existe mesmo um São Jorge forte e poderoso ao lado do nosso Pai, ouvindo nossas preces e emprestando suas roupas e armas. Usua-as sempre que preciso e posso garantir: Comigo ninguém pode! Salve Jorge!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cansei de você, bebê!

Esta não é mais uma carta de amor. É uma carta de desamor, baseada em chatos reais, para te contar que cansei de você. Sabe seu ar de soberba e superioridade? Cafona demais! Dá uma vergonha alheia! A pessoa posa de intelectual, mas não entende que ser um saco de informações ou ser uma máquina é quase a mesma coisa, exceto pela máquina ser quase sempre mais atraente e dar menos problemas. Tem gente que dá opinião demais com conteúdo de menos. Ixi! Cansei! Cansei! Cansei de egocentrismo, cansei de discursos de ter, quando tudo que desejo na vida é enriquecer o ser, cada vez mais e mais.Morro de ambição existencial! Enjoada das mesmas risadinhas pseudo interativas, que disfarçam uma nuvem com o seguinte pensamento: "Cale seja lá o que você estiver contando, pois não estou ouvindo e tenho coisas incríveis para falar sobre mim mesmo!" Saco cheio de sua educação mecanizada, cheia de escorregões e deslizes que, embora você não saiba, não conseguem disfarçar sua essência bruta, egoísta e mesquinha. Super exausta de disfarçar meus constrangimentos pelo hiaaaatooooo colossal de valores. Eu e minha mania insuportável de ser sensível, de apreciar a beleza das coisas simples e as conexões verdadeiras e economicamente desinteressadas. A semana mal começou e já estou morta! Quando dizem que conviver é uma arte, posso seguramente afirmar que é um teatro, com a grande maioria das pessoas!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Quaternaglia, Pinguins e Bumbuns - Imperdível

Se tem uma coisa que admiro é a cultura dos meus amigos jornalistas. Meu Deus! Como queria ter o conhecimento que eles têm! Minha querida Marta Mari mandou um e-mail para ajudarmos na divulgação da passagem meteórica dos nossos amigos, do nosso quarteto fantástico das cordas, do grupo Quaternaglia. Quem dera ter profundo conhecimento musical para fazer jus à divulgação que eles merecem. Quem dera ser gente, mas a verdade é que tudo que posso fazer é brincar, contar aqui meus causos, dividir as minhas experiências cotidianas, do meu jeito bobo, moleque e sem qualificação acadêmica. E é o que farei mais uma vez: Como não consigo reunir forças para tatuar meu corpo, há um ano comprei uma joia que quase não desgruda mais da minha pele: um pingente em forma de violão.A música é meu maior amor, minha melhor amiga, minha melhor companhia. Tenho trilha sonora para absolutamente todo e qualquer momento da minha vida. Brasileiríssima que sou, com toda intensidade, achei nesse instrumento uma bela representação do meu grande amor. É ele quem melhor traduz a nossa música. Sabem o quanto minha vida é mais feliz quando chega a turma do vilão para animar qualquer encontro? Pois bem,como disse, Marta Mari contou que o Quaternaglia, um dos mais importantes quartetos de violões do mundo, pousaria na cidade para uma apresentação na Sofise esta noite, 5 de abril de 2013. Fiquei eufórica! Chrystian Dozza, Fábio Ramazzina, Sidney Molina Jr. e Thiago Abdalla são difíceis de descrever. Fazem tudo parecer fácil. Fazem quatro violões parecerem quarenta. Fazem o erudito ser deliciosamente popular e fazem questão de ser quatro sorrisos largos, super simples, sem carregar com peso os monstruosos currículos que, todos doutores em música, possuem. Descubro que vão fazer uma prévia com a Orquestra Sinfônica de Sergipe na noite anterior, 4 de abril, no Teatro Tobias Barreto. "Martinha, amor! Estou passando na sua casa para irmos juntas ouvir esse som. Você sabe que o glamour desse encontro é a minha cara!" Incontáveis vezes fechei os olhos e viajei em cada acorde. Incontáveis vezes meus olhos se encheram de lágrimas. Incontáveis vezes gargalhei com o ritual "pinguim fofo" de levantar, dar as costas, entrar e sair de novo. Adoro!kkkkkk Eu digo que é o momento "desfilar as bundinhas". Mas, especialmente, lavei a minha alma. Espantei mil angústias, purifiquei e elevei o espírito, sem sombra de dúvidas. Um dia sento para escrever meus absurdos sobre minha profunda admiração à Orquestra Sinfônica Sergipana, mas hoje só quero convidar vocês, meus amigos, para apreciar algo que, de tão especial, fará vocês se sentirem parte de uma existência muito mais importante.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Meu diálogo com Rick Martin


Mulher moderna estuda pra caramba pra ter uma profissão bacana, ser independente, pagar suas contas, tomar seu vinho quando bem quiser e fazer faxina em plena quinta-feira.

Por que não?

Porque a mulher independente faz tudo ao mesmo tempo e morre de preguiça de manter a casa em ordem, então corre para o notebook no primeiro apito e aí agradece a Deus por ter sido salva, ao menos momentaneamente, por uma conversa totalmente inusitada...

Quando eu era menina, lá em Barbacena, minha melhor amiga e eu recebíamos anualmente a visita do primo dela, que vinha de longe para passar férias.

Eu tinha uma queda enoooorme por ele.

Sujeito abusado. Super sincero. Excêntrico.

Não vou descrever muito que todo mundo vai matar a charada.

Foi paixão de criança. Nunca trocamos um beijo sequer.

Nem sei se ele chegou a beijar alguma mulher.

É casado há anos com um homem super charmoso.

Queria contar tudo isso de uma forma mais sutil, mas não consigo imaginar nada melhor do que transcrever nosso diálogo, usando nomes fictícios, só pra ser ridícula:

Rick Martin- Sonhei com você.

Dea- Jura? Só conta se for massa.

Rick Martin- Bebendo todos os drinks do cardápio do Astor.

Dea- Ah sim! Aquela saída que não rolou. Foi Jung querendo compensar.

Rick Martin- Eu tinha duas namoradas e Diego (o marido dele) era casado com você.

Dea- E juntava todo mundo?

Rick Martin- Isso! E Cris (a prima dele e minha grande amiga) tinha morrido.

Dea- Porra! Isso não! Por que você matou Cris?

Rick Martin- Mas a gente estava bem. Tinha até brinde para ela.

Dea- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Então tudo bem. O importante é a gente estar bem. Ela que morra. kkkkkk

Rick Martin- rsrsrsrs Minhas namoradas queriam copiar você, que era referência de moda. Diego dormiu na mesa.

Dea- kkkkkkkkk Cara! Isso é mais do que minha melhor auto estima poderia desejar. O sonho ainda melhora?

Rick Martin- Rsrsrsrs Não lembro depois...Acho que acordei.

Dea- Mas congela assim! Tá lindo! E porre no Astor? Fala sério! Ainda por cima sou suuuper rica! Adorei! Ah! E quando Cris chegar aí, diga que ela pode ir em paz que nós cinco ficaremos bem.

Rick Martin- Vou falar.

E depois não entendem como posso comemorar tanto a minha vida... Chego ao trabalho com o dia ganho!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Tequila e Torta de Maracujá

Difícil querer impressionar sem fugir do espontâneo. Difícil ser impressionante sem ser espontânea. Difícil sair numa cidade pequena com pretensões maiores que amigos, boa música e um pilequinho para tirar os pés do chão. Mas aí descobrir que uma noite, pelo menos uma noite, pode ser bem mais que isso. Difícil é você. Tão fácil de conversar, de olhar nos olhos, de tocar,de beijar, de desfazer toda e qualquer máscara. Difícil imaginar-se assustadora. Fácil encontrar na pele branca as marcas de um desencontro memorável. Difícil não desejar mais. Fácil querer você perto. Difícil descobrir por que não. Difícil mesmo.

domingo, 31 de março de 2013

Minha Páscoa é de Verdade

Houve uma páscoa, há muitos anos atrás, quando percebi nitidamente a passagem de um ciclo em minha vida para outro. Vivemos anos e anos de felicidade até que o caldo começa a entornar, o chão começa a estremecer, tudo se desacomoda, mas a gente insiste em não sair do lugar e é a partir dessa mania de não mudar que experimentamos o sofrimento. Naquela páscoa eu estava plena e radiante. Sentia que meus dois pés estavam no chão e tudo estava em perfeito equilíbrio. Muitos anos se passaram, senhoras e senhores, e eis que o sofrimento fez uma cabaninha modesta, que aos poucos foi se transformando numa mansão de 8 suítes dentro do meu coração. Tudo porque eu e você não acreditamos quando Jesus disse que é morrendo que se vive. A gente precisa morrer diariamente e renascer novo a cada amanhecer. Aquela vida que nos fez feliz ontem é uma fórmula que pertence ao passado. Sábio homem esse Jesus Cristo! Sempre me surpreendo com quanta fé e quanta religiosidade existe em mim! Meu irmão disse que só uma santa como eu pode aniversariar numa sexta-feira santa. Muito boa! Hoje é Domingo de Páscoa. Não ligo para coelhinhos e não comi um pedaço de chocolate sequer. Mas tive certeza que Deus está me presenteando com o final doloroso de um ciclo e abrindo as portas de uma nova e luminosa vida. Amém?

sábado, 23 de março de 2013

Doida de novo?

A pessoa que tem um blog chamado "Doida é a Mãe" não deveria comentar certos assuntos, como, por exemplo, não gostar de como a expressão "doida" é quase sempre usada de uma maneira pejorativa. Podemos ser doidos de amor, doidos por viagens, doidos por música, doidos pelos filhos, doidos por doces e doidos por uma infinidade de coisas. "Doido por" é uma expressão bacana. Ser doido (ponto) é que é esquisito. Instabilidade de humor é normal ou é loucura? Ter períodos de compulsão por escrita e depois meses sem escrever uma linha sequer? O tempo é um cara muito doido! Ele anda, com o perdão do trocadilho infame, me deixando doida! Todo tempo livre é para descansar ou para descansar do tempo livre que passei com meus amigos e com minha família. E nisso um montão de coisas importantes ficam se acumulando na gingantesca lista das coisas que estão por fazer. Já fui uma charmosa jovem que dorme pouco para aproveitar mais e mais as 24 horas do dia. Meu corpo pediu penico! Ele e minha cama selaram uma parceria que me deixa praticamente sem vontade própria! Mas sou doida por vida. Uma verdadeira obsessiva por ser feliz. Acontece que nem sempre ter uma obsessão é obter o resultado desejado. Aliás, não entendo bulhufas de psiquiatria, mas acho que a obsessão meio que, de certa forma, nos distancia do resultado almejado. Confesso, amigos queridos, tenho uma relação esquisita com o tempo. Para algumas coisas sou super rápida, para outras muito mais lenta do que o humanamente suportável. Quão doido é ser escrava do muito ou do pouco tempo? A minha doidera agora é organizar o tempo para ser menos doida (ponto) e mais doida por tudo que me faz bem!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

É duro ser Pop Star!

A vida anônima tem seus encantos. Você acorda de manhã vai para seu trabalho, faz o que tem que fazer e mergulha em sua própria vida. Fuxicos e fofocas chegam a você, eventualmente. Alguns até são sobre você, mas, se você não passa de um grão de areia no deserto, o que fazer além de ignorar solenemente? Logo surge uma nova fofoca mais quente do que aquela que lhe envolvia. Aí de repente você cai de paraquedas como protagonista de um episódio que pode passar a integrar a programação fixa da emissora... Um monte de gente, que nunca te disse mais que bom dia,passa a puxar conversa e elogiar seus ressecados cabelinhos e sua pele hormonalmente irritada. Outros que você julgava amigos se afastam, ressentidos do seu sequer consumado sucesso. Os que tentam ficar ao seu lado, porque nele sempre estiveram, passam a ser julgados como oportunistas e bajuladores. Claro que é muito ruim ser alvo de tanta maldade, mas serve especialmente para questionar nossos próprios comentários sobre a vida alheia. Julgamos demais! Rotulamos demais! Ressentimo-nos quando somos severamente criticados, sem perceber quantas severas críticas lançamos diariamente.Quem quiser que se lamente por ser mal falado. Quero mais é fazer sucesso na Globo e aprender com tudo isso. Especialmente a silenciar cada vez mais.