quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De Volta à Dança...

Resolução de 2012 número um: Voltar a dançar! Sem adiar, sem enrolar, sem ter muito o que pensar. Depois de mais de 17 anos de bellydance, as opções de onde fazer aula se restringem drasticamente.
Minha professora? Uma ex-colega dos tempos das fitas cassetes e dos VHS de Lulu, Claudia Cenci e Patrícia Becardini. Ela e eu éramos alunas da pioneira da dança do ventre em Sergipe, Leila Duarte. (Obrigada, Leilinha! Obrigada, Leilinha! Obrigada Leilinha!) Posso assegurar que em Sergipe, por mais que algumas bellydancers tentem dilatar datas, não existem duas pessoas mais “antigas” em atividade do que a gente.
Vimos todos os filhotes de Leila Duarte tomando seus caminhos e difundindo a dança. Vimos alunas de alunas que fizeram 6 meses e se sentiram prontas para ensinar e causaram um estrago, como também vimos as que se dedicaram seriamente e de fato evoluíram na dança, como Maira Magno, que formou Arline, Fabiana e Patrícia, que alçaram vôos altos, cada uma no seu estilo.
O nome dessa minha ex-colega é Catarina Teixeira. Uma verdadeira sumidade em técnicas de quadril! Mas vocês podem estar pensando: E qual o sentindo de fazer aula com alguém que começou a estudar junto com você?
Humildade, meus amigos! Humildade de reconhecer que a colega tem "um pouco mais" de vocação e um tantão mais de dedicação. Lembram daquele lance de que sucesso é 1% inspiração e 99% transpiração? É isso aí!
Nas duas últimas décadas eu fiz diversos intervalos. Brinquei muito. Não fiz da dança a minha respiração e a minha vida. É mais do que natural que minha atual professora esteja anos luz na minha frente!
A primeira aula foi semana passada. Lá estava eu morrendo de medo de não dar conta. A gente se cobra muito, não é? O que contou a favor foi estar num ambiente conhecido, com pessoas conhecidas, mas acima de tudo muita vontade de me divertir, sentir a música e dançar com a alma.
Claro que o corpo te trai um bocado! Claro que o aproveitamento não é de 100%, mas se fosse, convenhamos, era porque não tinha mais nada para aprender ali.
Então é o seguinte: Se você não consegue acompanhar tudo que se passa numa aula de dança, significa que você tem coisas a trabalhar, a melhorar e a aprender! Maravilha!
Lá estava eu dançando Baladi (dança folclórica egípcia) por pouco mais de uma hora.
Cada bailarina tem suas afinidades. Eu sou do suingue e do gingado folclórico. Sou dos pés no chão e da postura não tão esticada, afinal, por mais que me doa admitir, não tenho formação em ballet clássico, então excesso de postura é um desafio constante à minha popular coluna.
Dever de casa? Estudar o site da bailarina Amar el Binnaz, especialmente em tudo que ela fala e mostra sobre Baladi. E outra coisinha “bem simples”: Apresentar um minuto de solo de percussão na aula seguinte.
Minhas amigas odaliscas devem estar arrepiadas! Quem não tem medo de solo de percussão aqui levante o dedo!
O interessante é que fiquei navegando pelo site quando Amar citou a necessidade de sairmos da nossa zona de conforto para encarar novos desafios.
Segundo dia de aula e tenho que apresentar algo que venho fugindo de fazer há quase duas décadas? Fala sério!
De repente a quinta estava colada à terça, como se eu tivesse entrado numa máquina do tempo. Chego do trabalho correndo e tento em vão fazer 1 minuto coreografado. Travei nos 30 segundos, mesmo assim tendo que reensaiar umas mil vezes até deixar os movimentos bem limpinhos. Mas a aula é daqui a pouco! Putz! Não vai rolar!
Não rolou. Não tive coragem. Amarelei e morri de vergonha de ser tão covarde, mas aí percebi que na dança e na vida temos que buscar superação. Então pedi a Catarina para todo final de aula apresentar um trecho de uma percussão para ela avaliar.
Estou desconfiando que em breve será minha modalidade de dança preferida!
Coisas difíceis ou mesmo aparentemente impossíveis? Metam as caras ou, como diz meu pai, entrem de sola!!!

(Eu e Catarina (ao centro) e a nova geração de bellydancers na aula de hoje)