quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ser jovem ou ter o tempo livre dos jovens?

Minha professora de dança do ventre viajou para São Paulo no último final de semana com uma das suas “pupilas” para fazer curso com o renomado Jorge Sabongi.
A aula de ontem então foi bem diferente: Assistimos aos vídeos de várias das apresentações maravilhosas que elas curtiram ao vivo e também das que tiveram que fazer para se submeter às orientações e críticas do mestre da famosa casa Khan El Khalili. Eu babava e suspirava a cada nova imagem, vibrando com cada passo, sonhando ter condições de um dia fazer e ser tudo isso também... Acho que nunca estive tão distante desse nível! Quase três anos afastada me causaram um prejuízo doloroso de constatar. Casei pela segunda vez, tive um filho lindo, encontrei uma terapeuta que me acrescenta e me faz realmente amadurecer e melhorar minha qualidade de vida. Tanta coisa boa aconteceu que não posso conscientemente me queixar por ter deixado essa paixão de lado por tanto tempo! Ah, gente! Mas meu cotovelo está doendo! Está doendo porque tenho muito trabalho o dia inteiro (intercalado com algumas horas de estudos jurídicos) e quando chego em casa à noite tenho uma rotina militar entre os cuidados com meu bebê, com a casa e com os compromissos do dia seguinte. (Finalmente aprendi a deixar as roupas de todos prontas para a manhã, o que me faz, por exemplo, ir trabalhar bem mais bonitinha). Acontece que antes das 22h00 já estou totalmente pregada! Aquela Andréa Al Shamsa que ligava o som alto e treinava em casa passos, sequências coreográficas e muito improviso parece alguém de uma vida passada! Mas eu quero dançar bem! Aliás, quero dançar muito bem! Dançar de encantar e hipnotizar a platéia. Quero arrancar lágrimas das minhas mestras, como a esforçada e talentosíssima Liana tem feito! Quero realizar plenamente esse meu lado que grita e pulsa! A questão é que também quero ser boa mãe, boa filha, boa dona de casa, boa advogada, ótima “concurseira”... Alguém me ajuda a arrumar uma agenda mágica? Será que realizar um sonho é sempre abrir mão de todos os outros? Ontem Catarina comentou sobre uma bailarina que estava fazendo curso e que tem 35 anos. E aí eu pensei: “Ta vendo?” Eu também posso me preparar para fazer no ano que vem. E na hora aquilo me pareceu muito lógico, já que a jovem senhora era beeeemm mais velha que eu e estava lá. Mas como assim bem mais velha? A gatinha aqui nasceu em 1977. Que delírio foi esse? Hoje percebi que eu não quero ser jovem. O que eu quero é ter saúde e vitalidade para vivenciar e realizar tudo que me completa!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Guerra é Guerra

Se você, assim como eu, aprendeu a se apaixonar pelos seriados americanos já deve ter assistido ou ao menos ouvido falar na série Roma. Ela foi produzida entre 2005 e 2007, mas confesso que só assisti no ano seguinte, quando ela já tinha saído do ar, por ter sido a série mais cara da televisão, com investimento de cem milhões de dólares. Ou seja, namorei, casei e fiquei viúva em poucos dias! Se tivessem me avisado que o problema era grana, teria bancado a terceira temporada! A série se passa no ano 52 a.c., mas não poderia ser mais contemporânea. Aliás, a bem da verdade, tive a nítida impressão que nossa sociedade regrediu em salto quântico de lá para cá! A vida dos legionários Tito Pulo (gato demais!) e Lúcio Voreno nos dão aulas de civilidade, da maneira mais inteligente de conviver socialmente. Poderia citar milhares de coisas que aprendi com os dois, mas estragaria o prazer de vocês descobrirem com suas próprias experiências ao apreciar tão inesquecível produção. Roma mostra anos e anos de guerra, batalhas, conquistas, mas principalmente os bastidores da política, cujas sacadas são bem aplicáveis ao nosso dia a dia. Testemunhamos as intrigas e os jogos que permeiam a vida em sociedade e aprendemos que desde que o mundo é mundo não há que se falar em inocência ou confiança plena. Havemos de reconhecer que o ser humano é falho, então mesmo seu amor, seu filho, sua mãe ou seu melhor amigo podem te magoar, te decepcionar e te ferir, simplesmente por traçarem sua própria existência. Quando a manhã começou, fui lentamente começando o ritual que faço antes de toda audiência importante: Depois de uma longa noite de sono, um despertar suave, música árabe para inspirar meus sentidos, a escolha da roupa, sapato e assessórios perfeitos e borrifadas do meu perfume preferido. Imaginei que os rituais de guerra da era medieval deviam passar por momentos de concentração assim. Então lembre de Roma, ainda antes de Cristo... Ou seja, Adão e Eva deviam caprichar no visual e no fortalecimento interior quando queriam discutir algo realmente relevante. É por isso que me identifico tanto com aquela oração de São Jorge eternizada pela música: “Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem. Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem. Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam. E mesmo em pensamento eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo meu corpo não alcançarão. Facas e espadas se quebrem sem o meu corpo tocar. Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar, Pois eu estou VESTIDO com as roupas e as armas de Jorge.” E é isso: Bem vestida, pela descendência européia, bem maquiada pela descendência indígena e não tem pra mais ninguém na batalha de hoje!
(Em azul a minha personagem preferida ao lado de Marco Antônio)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ressurgindo das Cinzas


Nem acredito que estou desde fevereiro sem postar nada nesse meu pequeno diário virtual!
Das duas uma: Ou estou começando a ter crises artísticas de criatividade, precisando me isolar uns tempos na França, ou tenho dedicado tempo demais à minha vida real, pouco espaço sobrando para a virtual.
Por mais madura e equilibrada que seja a segunda opção, quero me identificar com os grandes mestres da literatura, que permitiam-se isolar-se do mundo para, enfim, criar algo decente!
Milão não me sai do pensamento, então imagino que depois de minha overdose de Rio de Janeiro, será o meu próximo destino. Tudo com motivos intelectuais nobres, é claro!
Vivi intensamente os últimos meses...Assim como João de Santo Cristo fui ao inferno uma e depois uma segunda vez...Decididamente o inferno não me pertence! Calor pra mim só se for sob uma piscina luxuosa ou os mares do Nordeste, com suas águas mornas e convidativas! Ah! E isso até que andei aproveitando!
O Hospital São Lucas me "hospedou" por uma interminável semana, mas a vontade que eu tinha era de pegar um avião para ter um tratamento de verdade em São Paulo. A saúde, ainda que particular, no Estado de Sergipe é vergonhosa! Graças aos meus amigos Carlos Eduardo (Vascular) e Karina Ferreira (Oncologista), fiquei menos anônima e mais bem assistida, mas tudo dentro das parcas condições da nossa saúde...
Saí do hospital nova em folha? Ainda não! Mas que vou ficar, ah! Isso com certeza! O que não me faltam são planos para viver, sorrir, ser feliz e bem sucedida.. Preciso de muita vida aqui para alcançar tudo que almejo.
Como será a vida de quem não tem sonhos?
Brincadeira! Eu já passei por isso! Já passei uns anos de escuridão acreditando que não merecia sequer sonhar. Tive três anjos da guarda que me tiraram dessa onda nada a ver: Francielle Temer, Karla Maria e a super querida psicóloga Lúcia Medina.
Uma salva de palmas para os anjos que nos estendem as mãos quando mais precisamos.
Esse texto não teve um assunto específico, mas essencialmente quero dizer que a vida sem amigos dedicados não tem o mesmo sabor. Obrigada, meu Deus! Tenho muitos e da melhor qualidade!