segunda-feira, 22 de agosto de 2016

NÃO LEIA AS COISAS IMPUBLICÁVEIS QUE PUBLIQUEI

E se a gente esquecesse os filtros sociais por alguns minutos?



“Obrigada por pedir e desconsiderar minha opinião, sem qualquer argumento.”

“Tive vontade de levantar da mesa quando você, que aparenta ser tão legal, elogiou uma atleta morena das Olimpíadas, referindo-se a Rafaela Silva, atleta negra que conquistou a medalha de ouro. Ah, vocês nem perceberam? Pois é. Bem por isso quis virar as costas e ir embora.”

“Afinal a ideia é debater equidade de gêneros e a maioria dos palestrantes é homem? Bondade de vocês nos explicarem exatamente o que sentimos e como somos. Nós realmente não sabíamos que pensávamos assim, como diria o Renato Russo.”

“Então a sua família é perfeita e melhor que as outras, com os ajustes heterodoxos que vocês fazem para se adequar aos desgastes da rotina? Entendi.”

“Obrigada pelo convite. Não foi tão bom quanto usar essas horas para terminar de assistir o último episódio de Marcella e deitar despreocupadamente na minha confortável cama, mas serviu para valorizar ainda mais o abençoado Netflix.”

“Se você tivesse me avisado dos seus planos ditatoriais antes, eu teria pedido mais reforços para esquematizar uma luta armada contra o regime. Felizmente fugi pra outro país, enquanto meus olhos procuram por discos voadores no céu”.

“A sua proposta era muito boa, especialmente porque me fez perceber que nem toda obsessão perfeccionista gera bons resultados.”

“Desculpe, esse assunto não me interessa. O tempo me ensinou que certos assuntos só deveriam surgir de forma recorrente em consultório, com um bom profissional que lhe ajude a sair desse ciclo aparentemente interminável. Você já reclamou sobre isso quantas vezes? 343?”

“Dá licença. Vim aqui deletar meus arquivos que você tem copiado. Pensando bem... Vou deixa-los, pois todo mundo tem reconhecido e comentado sobre as adaptações mal feitas.”

“Eu sinto ciúmes quando vejo fotos nas redes sociais desses encontros que têm acontecido sem mim. E crio teorias que giram em torno de: o que será que eu fiz? Quando racionalmente sei que tudo não passa de momento e oportunidade. Ainda assim eu sinto ciúmes. Pronto, falei! E nem pensem que estou me referindo a todo e qualquer encontro de qualquer um de vocês. Isso é bem pessoal!”

“Adoraria lhe ajudar mais, quando você me procura com angústia, adoraria aprofundar nossas conversas, tocando em pontos delicados, mas sei que você prefere manter tudo superficial e ouvir sua própria voz ou a nossa dizendo que concorda com você. Então eu faço isso. Faço isso porque te amo.”

“Vocês se tornaram pessoas muito chatas. Não! Espera! Eu me tornei uma pessoa muito chata, pois perdi a paciência de conviver com vocês.”

E por, último, pra não dizer que só trabalho no campo das indiretas:

“Monara, eu reclamo do meu cabelo porque tenho distorção de autoimagem. Você fez um ótimo trabalho! É que reconhecer isso me faz reconhecer que não tenho exatamente a aparência que criei de mim. Quanto mais me irrito, mais sua fã eu fico.”

Contem-me os pensamentos impublicáveis que passaram pela cabeça de vocês ultimamente...


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