quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Bahia e o Mundo- Ter 20 anos depois dos 30 é muito melhor!‏

Sabem aquela lista das coisas que temos que fazer antes de morrer? Aposto que muita gente já pensou em se aventurar numa cidade estranha, hospedada num albergue de quartos coletivos (mas banheiros privativos, pelo menos) e gente das mais variadas nacionalidades. A maioria vivencia essa aventura logo ao sair da adolescência, na maravilhosa casa dos vinte e poucos anos. E faz isso porque faz parte da juventude não ter grana para pagar um hotel decente, então se acomoda como pode, pelo prazer de viajar... Agora imaginem duas mães de família, bem pra lá da casa dos 30, com saldo na conta suficiente para rolar em camas espaçosas de quartos individuais, cobertas por lençóis de fios egípcios, em alguma rede “classe média” de hotéis, felizes da vida em dividir um quarto de 3 beliches com quatro novinhas e totalmente estranhas estudantes de medicina da Universidade Federal de Alagoas. O que moveria essa versão cabocla de Thelma e Louise? Muito simples: Um desejo imenso de abraçar o mundo com as mãos! Como o tempo e a grana não davam para 6 meses de mochilão pela Europa, optamos por dois dias intensos num Che Lagarto Hostel aqui no Brasil mesmo, Salvador, Bahia. A localização de cair o queixo: Uma mansão antiga numa esquina, de frente para o mar, entre o Cristo (Sim, Salvador também tem Cristo) e o badalado barzinho Caranguejo de Sergipe. A casa é toda cercada de varandas, no térreo e no andar superior, cujo terraço é um dos melhores points que já freqüentei na terra de todos os santos. Deques de madeira, mesinhas charmosas, espreguiçadeiras... Logo percebemos que se ficássemos apenas no hostel, sem sair para lugar algum, ainda teríamos tudo de melhor que pudéssemos desejar... Visual alucinante! Drinks servidos por garçons e garçonetes de vários países da América do Sul, conversando naquele “portunhol” super gingado pela convivência baiana... Alessandra e eu tratamos de fazer aquilo que fazemos de melhor: Cuidar do nosso jardim para permitir que os beija-flores e borboletas se aproximassem. Posicionamos uma mesa do terraço na melhor localização possível, munidas das mais geladas cervejas, caixas de som e uma seleção musical cheia de charme. Não demorou para termos uma mesa cercada de gente interessante de todas as partes do Brasil e do mundo. Objetivo “conhecer pessoas” atingido em pouquíssimas horas de hospedagem. Infelizmente confirmamos nossa visão preconceituosa dos americanos, que chegam aqui achando que estão num mundo “anos 80”, quando o Brasil era chamado de “país de terceiro mundo”. O que não nos impediu de relevar, piedosas com tanta ignorância , já que, afinal de contas, todos têm um lado bom. Por outro lado, tivemos a grata surpresa de conhecer chilenos mega simpáticos, continuar adorando todos os paulistanos e baianos do planeta e, particularmente, cairmos de amores pela doçura e simpatia dos ingleses. Percebemos que há um equilíbrio entre casais e gente solteira nesses lugares, algo que estranhamos pra caramba, pois, enquanto mulheres comprometidas, jamais pensamos em viver uma experiência dessas! Mas aprendemos que para as próximas relações, há esta excelente maneira de sair da rotina, num perfeito equilíbrio da socialização nas áreas comuns e a privacidade de um quarto duplo (desde que reservado com bastante antecedência). Creiam que conhecemos até um casal paulistano que tinha casado naquele mesmo dia e voado para a lua-de-mel. Ela super elétrica, trabalhadora estressada de uma daquelas empresas da Avenida Paulista e ele artesão, vendedor de incensos. Ela adora calor e ele adora frio... (E aí vale à pena um parêntese: Ou eles se complementam pra caramba ou esse casamento tem prazo curtíssimo de validade. Vá saber?) Poderia escrever por horas sobre cada pequeno detalhe da nossa incrível experiência, só que vou preferir guardar no baú das minhas mais doces lembranças... Quanto à lista de coisas que tenho que fazer antes de morrer, risquei a aventura num hostel, transferindo para a lista de coisas que vou fazer sempre!

Um comentário:

  1. Descreveu com perfeito equilíbrio a estada em SSA. Foi muito bom conhecer vocês. E sentimos o mesmo em relação ao Hostels e às pessoas com as quais convivemos!

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